(Reproducimos con permiso artigo aparecido no nº 123 do Novas da Galiza.)
Um ecologismo incompatível com o capitalismo
AMAL / Na atualidade, quase três quartas partes do nosso país som zonas de monte. Décadas de desleixo político, “desenvolvimentismo”, “desenvolvimento sustentável”, espólio energético e desertificaçom tenhem convertido esta nossa grande riqueza económica e cultural num ermo que aproveitam livremente muitas empresas depredadoras. Quando um monte se salva das urbanizaçons para acaudalados ou dos parques eólicos, periga por grandes infraestruturas rodoviárias ou exploraçons mineiras.
AMAL, Agrupaçom de Montanha Augas Limpas é criada num dos momentos mais graves para a sobrevivência do meio ambiente, do património e dos valores coletivos dos galegos e galegas. Umha ameaça de cimento e expólio percorre a terra, de Ortegal ao Minho. É ideada polos grupos empresariais mais poderosos (espanhóis e interestatais) e contam com o apoio dos partidos políticos institucionalistas espanhóis e neoliberais, cúmplices da desfeita e beneficiários das finanças da banca e das transnacionais. De nom evitarmo-lo, a Galiza será um vertedoiro de urbanizaçons, asfalto, portos desportivos, AVE, campos de golfe, minicentrais em todos os rios, moinhos eólicos e canteiras. O uso agropecuário do monte decai pola perda de populaçom; o uso florestal empobrecedor e pensado em curto prazo tem cedido aos interesses da indústria madeireira promotora do monocultivo do eucalipto. Sem umha planificaçom séria e respeitosa com o património coletivo, os usos do monte esmorecem em benefício da rapina capitalista, entorpecendo assim umha sólida base para a soberania galega e para um outro relacionamento com o meio sustentável baseado na variedade de aproveitamentos da Terra.
Augas Limpas quer ser mais umha areia que obstaculize a destruiçom. Sabemos que a sobrevivência do nosso território, dos nossos valores e da nossa cultura, apenas se dará quando umha quantidade importante de galegas e galegos voltemos à Terra. Quer dizer, quando os planos agressivos dos capitalistas se tenham que enfrentar à vontade maioritária de gente que vive dum modo sustentável no território, e nom a um rural abandonado e decadente. Isso precisa de umha grande estratégia que terá que ser construída coletivamente.
A proposta de montanhismo de Augas Limpas
Para amar a Galiza há que conhecê-la. Degrada-se a identidade nacional quando o povo esquece a sua língua, desconhece a sua geografia, ignora o seu meio natural, e vive no sedentarismo e a toxicodependência tecnológica e televisiva. Os nacionalistas dos anos 20 já sabiam que as saídas ao monte organizadas de formaçom eram chave para o ressurgimento coletivo.
O nosso ecologismo nom é umha dedicaçom de fim de semana. Acreditamos num ecologismo incompatível com o capitalismo. Enfrentado, portanto aos padrons de vida do produtivismo, do esbanjamento, e do “desenvolvimento sustentável” próprio do ambientalismo. O nosso ecologismo é defensor de umha oposiçom radical e diária à dependência do consumo e queremos o desmantelamento de toda a engrenagem da desfeita criado polas instituiçons e partidos políticos espanhóis.
Aproveitamos as nossas saídas ao monte para denunciar ativamente as agressons, pular na prática por um lazer diferente e emancipado do dinheiro, e formar-nos no conhecimento do país. Os valores que promove a nossa forma de ver o montanhismo som solidariedade, nom competitividade, esforço e o contato com a natureza. Esta é a nossa visom coletiva e associativa. Mas sempre ligada a que medre umha comunidade de resistência nacional que freie a voracidade dos de sempre. Nisso estamos embarcados as montanheiras e montanheiros de Augas Limpas.