Reproducimos con permiso artigo publicado no periódico Novas da Galiza nº 121 (decembro de 2012) en relación co medre de proxectos extractivo-destrutivos en Galiza, que conta con declaracións dos nosos compañeiros Xoán Ramón Doldán e Nela Aguiño:
Velhas minas que deixárom de ser rendíveis estám sendo recuperadas polo esgotamento doutras jazidas
O espólio dos metais galegos
Transnacionais procuram lucros através da minaria de metais em território galego
A.L. / As riquezas minerais da Galiza som conhecidas desde antigo. Os Romanos vinhérom e ficárom para explorar o ouro das nossas montanhas. Durante a Segunda Guerra Mundial, o volfrâmio galego foi cobiçado por uns e outros, e boa parte serviu para ajudar a indústria bélica do III Reich. A história da mineraçom é também a história dum espólio. As consequências dumha indústria extractiva agressiva para com o meio, pagamo-las nós. Os benefícios económicos, esses, pouco param por aqui. Várias empresas transnacionais, com a colaboraçom do Governo autónomo, estám a desenvolver dúzias de projetos mineiros na Galiza, com o único objectivo de ganharem mais.
A Junta da Galiza aumentou perceptivelmente as licenças de investigaçom geológica em território galego, licenças de que empresas transnacionais e fundos de capital de risco estrangeiros som beneficiárias em boa parte. Segundo informaçons publicadas nos últimos meses, até à data fôrom apresentados cerca de 170 pedidos de investigaçom geológica. O jornal La Voz de Galicia (5 de novembro) dedicou um suplemento especial às actividades mineiras, onde se dava conta das investigaçons que a Solid Mines España S.A.U., filial da firma de capital risco canadiana Solid Resources Ltd., está a realizar para extrair coltám, entre outros minerais metálicos. Outros projetos estám em curso. Em Corcoesto há projetos para a explorar ouro; na Serra do Galinheiro, para “terras raras”; em Viana do Bolo, para tantálio. Outros lugares estám a ser prospectados. A lista continua.
O professor de Economia Aplicada da Universidade de Santiago de Compostela, Xoán Doldán, indica que volta a haver interesse nos recursos mineiros galegos, quer na exploraçom de recursos antigos, como o ouro ou o volfrámio, quer de novos recursos, como o tantálio.
No caso das antigas exloraçons mineiras, Doldán diz que essas exploraçons “fôrom a dada altura abandonadas porque deixaram de ser rendíveis, mas agora essa riqueza de mineral poderia ser interessante na situaçom do mercado dos metais a nível mundial”. Quanto ao tantálio (ou coltám, que é como se conhece quando vem associado com outros minerais), “é especialmente interessante nestes momentos pola sua ligaçom à indústria eletrónica”. Doldán salienta que está a acontecer a nível global algo semelhante ao que acontece com o petróleo e que já se poderia falar dum “pico dos metais”. “Precisamente por essa escassez, jazigos minerais que noutros momentos nom teriam demasiado interesse comercial agora passam a tê-lo”, expom Doldám, “porque o preço desses minerais é o suficientemente alto para que certas exploraçons, ainda que poidam ter um rendimento baixo em termos físicos, fique compensado polos preços que tenhem no mercado”.
Ouro e cianeto em Corcoesto
O projeto para abrir umha exploraçom de ouro em Corcoesto está a suscitar forte oposiçom entre a vizinhança e é talvez o projeto de mineraçom de metais que está a ser mais falado no País. Meli Souto, da Plataforma na Defensa de Corcoesto, explica que já na época romana se conhecia dos jazigos de ouro nesta zona. Nos anos 90 a Rio Narcea Gold Mines adquiriu os direitos de exploraçom e iniciou as atividades de pesquisa e tramitaçom do projeto. Em 2010 a canadiana Edgewater Exploration Ltd. adquiriu 100% da RNGM, e com isso os direitos do projeto de Corcoesto, com a finalidade de pô-lo em marcha logo que possível. “Os antecedentes som múltiplos, mas a viabilidade do projeto por causa da sua ‘rendibilidade’ tivo de esperar por umha situaçom económica global favorável, como a que estamos a viver na atualidade”, diz Meli Souto. E acrescenta que “houvo impedimentos para se aceder ao projeto na fase de exposiçom pública, e isso porque a Administraçom considera o projeto como Industrial Estratégico, de modo que dispugemos apenas dum mês para apresentar as alegaçons técnicas e jurídicas, juntamente com o Projeto de Exploraçom, o Estudo de Impacto Ambiental e ao Plano de Restauraçom”.
Os movimentos ambientalistas mostram-se mui críticos com que se esteja a tramitar simultaneamente a declaraçom desta mina como Projeto Industrial Estratégico. Nela Aguiño, da Verdegaia, explica que “a recente ‘Lei Industrial de Galicia’ (13/2011) permite acelerar todos os trámites dos projetos considerados estratégicos e a avaliaçom ambiental fai-se polo método abreviado. Parece feita por medida para dar via livre a todas as desfeitas”. A “nom sujeiçom a licença urbanística municipal” ou “a declaraçom de prevalência sobre outras utilidades públicas” som algumas das vantagens que estabelece o artigo 42º desta lei para favorecer os projetos declarados estratégicos.
Umhas das condiçons da legislaçom para que um projeto seja considerado estratégico é que este produza 250 postos de trabalho. No mês de junho, o presidente da Junta afirmava que a nova exploraçom da mina de ouro em Corcoesto geraria 1.371 postos de trabalho. O professor Doldán diz-nos que essas cifras som falsas, pois que “em nengum documento a empresa fornece tais cifras e dá outras, das quais se deduz que nom vam chegar a esses 250, possivelmente nem se chegue aos 100 postos”.
Por outro lado, som múltiplos os efeitos prejudiciais que a minaria do ouro tem sobre o ambiente. As águas, sobretodo as subterrâneas, podem ser contaminadas por cianeto (substância que se emprega para separar o ouro), os cursos dos rios sofrerem alteraçons, as nascentes podem secar e aumentarám as emissons de rádon. Ademais, segundo expom Nela Aguiño, “as verqueduras de materiais pesados (níquel, arsénico ou chumbo) ultrapassam os limites legais. Estes metais som arrastados polas águas de escorrentia e vam parar ao rio Anlhons”.
Serra do Galinheiro
O de Corcoesto é um exemplo da cobiça que está a despertar a riqueza mineira no nosso país. Mas nom é o único. A Plataforma pola Defesa da Serra do Galinheiro acaba de apresentar alegaçons ao projeto de investigaçom do potencial mineiro em terras raras que neste espaço pretende realizar a sociedade de investidores sul-africanos Umbono Capital. Segundo a Plataforma de cada tonelada de mineral extraído e tratado obtenhem-se entre 50 e 500 gramas de óxidos de terras raras. Serám usados produtos tóxicos, alguns contendo elementos radiativos, que poderiam acabar por filtrar para o subsolo. No caso da Penouta, em Viana do Bolo, é a canadiana Pacific Strategic Mineral a interessada em extrair tantálio dumha mina que fechou nos anos 80. Aqui foi a Sociedade Galega de História Natural que saiu nos meios de comunicaçom (os meios espanhóis chegárom a mencionar este lugar como “o Congo espanhol”) para denunciar que a exploraçom mineira estava situada num lugar protegido.
Mineraçom sustentável?
Por definiçom, a atividade mineira é agressiva para com o meio. Perguntado pola possibilidade dumha minaria sustentável, o professor Xoán Doldán afirma que “a única mineraçom sustentável seria aquela em que, umha vez que som extraídos os minerais, o emprego destes se prolongasse o máximo possível”. Deste jeito, Doldán crê que há que “pensar umha mineraçom diferente, umha mineraçom do lixo. Pensar nessas outras jazidas de materiais que som os aterros ou as instalaçons de tratamento do lixo, pois acontece muitas vezes que se queima o lixo sem se aproveitarem esses materiais”.